28 junho 2006

Desilusão



Amor e ódio, desejo e repúdio, contradição,
Calma intranquila, lenta taquicardia, ordenada confusão,
Dor saborosa, magro inchaço no peito, cordilheira de depressões,
O que me fizeste? No que te tornaste? Restam-me recordações…

Antes de te conhecer, nada recordo,
Uma vida cheia de um vazio imenso.
Depois de te encontrar, delirei embriagado,
Levitei ao som da combustão dum pau de incenso,
Aprendi que as lágrimas são versos dum fado.

Perdi-me na tua sabedoria, enganei-me com as minhas certezas!
E só Deus sabe quantas eu tinha! Eram tantas…
Mostraste-me o que eras, mostraste-me o que querias ser.
Eu queria o que tu eras e gostava daquilo que querias,
E só agora que partiste reparo que, afinal, nunca te cheguei a conhecer!

Ainda bem que o amor é cego,
Para que nos possamos amparar na sua bengala,
Quando decide partir.
Ainda bem que o tempo tudo cura,
Para que possamos olhar em frente
E continuar a sorrir…

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ainda bem que o tempo tudo cura,
Para que possamos olhar em frente
E continuar a sorrir…

O tempo cura... mas demora...e demora demais...

Para voltarmos a sorrir é necessário esquecer, voltar a acreditar, voltar a vêr que a vida tem interesse!!

E não é fácil...eu te garanto!!!

Mais um texto q adorei!
Mónica

01:42  

Enviar um comentário

<< Home