13 julho 2007

Todas as vezes…



Cada vez que, à beira do precipício,
Me encontrares dividido entre a cobardia e o salto,
Empurra-me do alto…
Pois a minha coragem é tão verticalmente inexistente
Que, na mais oblíqua das hipóteses,
Me obrigaria a dar um horizontal passo a trás!

Cada vez que, à beira do Tejo,
Me encontrares dividido entre o desalento e a embriaguês,
Enche-me o copo outra vez…
Pois a minha força de vontade é tão viciosamente fraca
Que rapidamente me afogaria numa congestão de sentimentos,
Só para não amplificar o sofrimento duma cirrótica morte lenta!

Cada vez que, à beira da loucura,
Me encontrares dividido entre a agonia e a morte,
Dá-me uma corda bem forte…
Pois, tal como tu me odeias, também eu me odeio.
E com esse sufocante laço, permaneceremos unidos para sempre!
Meu amor…